CUIDADOS PALIATIVOS



Proteger. Esse é o significado de paliar, derivado do latim pallium, termo que nomeia o manto que os cavaleiros usavam para se proteger das tempestades pelos caminhos que percorriam. Proteger alguém é uma forma de cuidado, tendo como objetivo amenizar a dor e o sofrimento, sejam eles de origem física, psicológica, social ou espiritual. Por esse motivo, quando ouvir que você ou alguém que conhece é elegível a cuidados paliativos, não há o que temer.

Há algum tempo atrás, "Cuidados Paliativos" era o termo empregado somente para pacientes com câncer, onde não havia mais possibilidade de tratamento. Hoje em dia, esse termo é usado para todas as patologias onde não há mais nenhum tratamento médico à ser realizado para cura e/ou remissão da doença.


Receber cuidados paliativos não significa que não haja mais nada a fazer. Isso simplesmente indica que o diagnóstico é de uma doença crônica grave, que ameaça a vida, e que uma equipe, juntamente com os profissionais especialistas na enfermidade, irá cuidar de quem está doente e daqueles que o cercam. 

 A prática dos cuidados paliativos na Europa e EUA deriva do modelo de assistência inglesa que se desenvolviam nos antigos Hospices medievais, instituições que assistiam e hospedavam os monges e peregrinos, portanto, a palavra hospice significa hospedagem. Hospice, não significa um local, mas uma filosofia que reconhece e cuida com respeito dos sofrimentos globais, isto é, do corpo, da mente e do espírito.  A equipe dos cuidados paliativos é multiprofissional formada por médico, enfermeiro, psicólogo, fisioterapeuta, assistente social, nutricionista, terapeuta ocupacional dentre outros. A relação de cada integrante da equipe é de fundamental importância na identificação das necessidades do paciente e na providência do seu bem-estar. Os cuidados essenciais promovidos pelos profissionais visam: suporte emocional (ouvir o paciente, sua família, atender suas dores, anseios e angústias); assistência espiritual (oferecer um serviço de capelania, se assim o paciente solicitar); suporte social (abranger toda a adequação do ambiente da família e do cuidador); suporte físico (realizar o controle dos sintomas, como a dor e os quadros de agitação, náuseas e vômitos); respeito à autonomia do indivíduo (atender aos desejos do paciente e adequar à assistência às suas necessidades).

No Brasil, a prática de Hospice, não é totalmente difundida, normalmente o paciente fica em casa com o apoio de Home Care, ou sob internação hospitalar, ou em casas de repouso,o que muitas vezes pode não contemplar uma assistência global ao paciente.

Segundo Hospices americanos e europeus, o cuidado global ao paciente deve atender os seguintes itens além dos básicos como repouso, higiene e dieta.

A ESPIRITUALIDADE:
Uma vez que as pessoas têm diferentes crenças religiosas, assim como necessidades espirituais, o cuidado espiritual está configurado para atender as necessidades específicas de cada paciente. Isso inclui ajudar o paciente a encontrar o significado da finitude, permitindo que ele se despeça ou ainda realize algum ritual ou cerimônia religiosa.

FAMÍLIA:
Reuniões familiares conduzidas muitas vezes por uma enfermeira ou assistente social mantêm os familiares do paciente informados sobre sua condição e o que esperar. As reuniões familiares possibilitam o compartilhamento dos sentimentos, a oportunidade de falar sobre o que está acontecendo e das necessidades em aprender a lidar com a finitude e o processo da morte. Os membros de uma família podem encontrar apoio e um grande alívio nesses encontros. Atualizações diárias sobre o paciente podem, também, serem obtidas informalmente em conversas com a equipe de enfermagem.

Luto 
Luto é o momento após uma perda. A equipe de cuidados paliativos trabalha com familiares e cuidadores para ajudá-los durante o processo de luto. Um voluntário treinado, um membro do clero ou conselheiro profissional pode dar o suporte por meio de visitas, telefonemas ou outro contato, bem como através de grupos de apoio. Caso necessário , a equipe de cuidados paliativos pode indicar aos familiares e amigos outro profissional. Muitas vezes os cuidados com o luto podem se estender por um ano após a morte do paciente.
Como vemos, a realidade brasileira é bem diferente dos países da Europa e dos Estados Unidos.

Segundo a ANCP-Academia Nacional de Cuidados Paliativos, diz que: "... no Brasil, as atividades relacionadas a Cuidados Paliativos ainda precisam ser regularizadas na forma de lei. Ainda imperam no Brasil um enorme desconhecimento e muito preconceito relacionado aos Cuidados Paliativos, principalmente entre os médicos, profissionais de saúde, gestores hospitalares e poder judiciário. Ainda se confunde atendimento paliativo com eutanásia e há um enorme preconceito com relação ao uso de opióides, como a morfina, para o alívio da dor.
Ainda são poucos os serviços de Cuidados Paliativos no Brasil. Menor ainda é o número daqueles que oferecem atenção baseada em critérios científicos e de qualidade.  A grande maioria dos serviços ainda requer a implantação de modelos padronizados de atendimento que garantam a eficácia e a qualidade..."  "...A conscientização da população brasileira sobre os Cuidados Paliativos é essencial para que o sistema de saúde brasileiro mude sua abordagem aos pacientes portadores de doenças que ameaçam a continuidade de suas vidas. Cuidados Paliativos são uma necessidade de saúde pública. São uma necessidade humanitária..."

            http://www.oncoguia.org.br/conteudo/onde-os-cuidados-paliativos-sao-oferecidos/7744/112/
             http://paliativo.org.br/cuidados-paliativos/cuidados-paliativos-no-brasil/



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